9/25/2007

Dois Patinhos na Lagoa

Os urubus que esperavam pelo tédio dos turistas enfim acostumados ao fedor da baleia morta na praia


Os escorpiões que arranhavam a janela do quarto, fazendo-se passar por estilhaços do vento


O brilho ofuscante do azul que saiu de sua boca quando riu com ferocidade do fracasso alheio


É com isso (não tenho outro matéria) que jogo minha consciência como um dardo mirando um momento de lucidez.

Eu poderia dizer que sou um sintoma.
Ou um ponto de intersecção das infinitas mediocridades contidas na viagem do engenheiro responsável pelo projeto do porão alfandegário onde se amontoavam os escravos.
Ou uma nota de rodapé a mais na história do mundo que é um artigo acadêmico escrito por Babaca P.S. da Silva visando a apresentação no Congresso Universal dos Gerentes da Teoria e Narrativa do Bingo. Ou ainda que o mistério da existência se concentra no Currículo Lattes do tal personagem.


Mas, quer saber? Eu não acredito em espírito de época.

Um comentário:

Aldemar Norek disse...

tem horas que isso aqui toca o centro, mais,
agride o centro.
caramba, Daniel!