12/07/2007

nº 69



A um passo do espelho, ou menos, por um estranho
mecanismo, você
explode em versos, cartas, cálculos, silêncios ritmados,
palavras não, elas são só o que atravessa
a lâmina de prata, só isso, ou nela imprimem, ou
na imagem que retorna torta, distorcida (‘a culpa
é toda sua, babaca
’, ele disse ali parado), na corrosão
que as bordas destas linhas (é tudo sem
disfarce e tão secreto), em surdina,
dizem - ou não, não
importa.


(das "Notas Marginais")

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