12/10/2007

Novo Pequeno Dicionário das Aproximações




Peixe (s.m.)
Animal, é claro, mas arremessado a um estrato completamente inferior na escala dos animais (incluídos aqui os chamados peçonhentos, sempre tão belos e livres) por uma estranha característica completamente sua e observável sem o suporte de nenhum tipo de aparelho: ao contrário da girafa (que ocuparia o ponto máximo da escala, cf. Marianne Moore em “To a giraffe”) os peixes não possuem diferenciação entre cabeça, corpo e alma - se considerarmos a teoria que define ‘alma’ como a massa crítica formada pela explosão milionária de impulsos elétricos no cérebro. No peixe tudo se confunde e permeia, daí talvez seu uso como metáfora do embotamento, limitação. Todas as outras metáforas são questionáveis e não passam de elaborações vazias.

3 comentários:

Daniel F disse...

Oi ALdemar,

desta aqui só não gostei do final, "a impossibilidade de ser humano". Mas não tenho nenhuma sugestão.

Abraço,

Daniel.

Aldemar Norek disse...

voc� percebeu bem, Daniel. Escrevi todo o resto do verbete de uma vez. Este final foi um adendo, na verdade uma conversa com 2 poemas do Bukowski que gosto muito (como do mencionado expl�citamente da Marianne M.), mas ficou deslocado e acho que vaza pra outra nota, num outro contexto, at� pq os verbetes tbm batem um papo entre si. Tvz fosse o caso de suprimir mesmo.
abra�o
aldemar

Aldemar Norek disse...

...e valeu pela leitura atenta, como sempre.
abs