10/22/2008

nº 88





Toda cidade tem os abismos que você necessita, olhos
errantes, bocas, labirintos, mapas de engano, cada vez
mais fundo, abandonadas
pra sempre todas as ilusões de quem vê
metafísica na pedra – paredes
não são coisa do espírito, cara, são
carne sem hormônios, mero cenário, fundo
disperso, e no palco a cena é do sangue que pulsa e invade
os tecidos, sem direção, aleatório como os cardumes,
como as moscas.

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