1/06/2009

Depois de ler R W Emerson e observar os muros de Uberlândia

Cada homem é todos os homens &
Seriam minhas as mãos
Que construíram
Os muros de Uberlândia, como
A chuva, coberta de musgo
Ou o susto em cada cara encoberta.

É sua a falta de elegância
Da minha camisa furada
E em minha, bem como sua, solidão
Celebro a amizade que emergiria
Na hora precisa, no mesmo
Sopro em que te fuzilaria
Com o olhar de miséria dos cachorros de rua
(Onde tem cachorro tem lixo, e onde
Tem lixo tem ratos, como ensina a ecologia
Dos dejetos urbanos), eu pixaria
Estes muros que mãos
Como as minhas construíram
Em minha vida todas as vidas
Reduzida a uma, esta que lê frases como:

Derruba-se árvores, ou
Pilote suas próprias cabeças, ou
Conquiste este Império (de 2 ou 3 quartos), ou
Mais simplesmente observa
Dois olhos pintados no muro.

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