4/10/2009

nestas mal traçadas




Nas longas cartas, tantas, sem motivo
(se é que cartas precisam de razão),
tentei em vão mapear o coração
pra que você viesse sem aviso
e sem se desculpar: a casa é sua,
mesmo que eu esteja ausente ou até perdido
por tantos descaminhos do sentido.
É sempre assim, a vida continua
a não nos prover mais dos seus motivos,
e a gente anda às tontas, de improviso,
pagando mais pecados que devia
– tarifas de que você anda farta.
Bem, isto é na verdade uma outra carta
que devo lhe escrever em qualquer dia.
(do livro "Circunstância".)

2 comentários:

Daniel F disse...

Oi Aldemar,

se você quiser vir a Uberlândia... Estou morando aqui há uns 8 meses e depois disso reavaliei várias coisas sobre outras cidades. Por exemplo, agora gosto muito de Brasília. E não é só comigo não, a Giovana me diz a mesma coisa. Ela sempre acho Brasília meio ruim, mas agora é apaixonada pela cidade.

Estou me esforçando pra sair daqui. Mas, de qualquer jeito, acho que o Rio é um caminho mais fácil e quando eu for por aí a gente combina uma cerveja ok? Acho muito complicado esse lance de amizade sem beber junto num boteco.

Abraço,

Daniel.

Aldemar Norek disse...

Sem dúvida, até porque escrevi aquilo no meio de umas duas garrafas de vinho com que estava aqui me divertindo, entre leituras, escritas, e alguma música.

Este ritual da mesa de bar entre amigos é uma tradição das melhores.

Vamos ver, algm dia em UIberlândia ou no Rio.

Grande abraço,