4/16/2009

Sobre um grafite metafísico (pra desdizer o que eu disse abaixo, Daniel)

Lendo o relato sobre um
que escrevia fora
de seu tempo,
a alma é o cu de existir
nesta porra que chamamos vida.
Por ela passam fezes - as emoções.
Uma ou outra
suja suas bordas quando lhe atravessa.
Às vezes o Amor quer lhe invadir,
a todo custo,
e é sempre um estupro –
a dor é certa,
mesmo se houver prazer
na perversão
”,
percebeu que ele gastara quase meio século
mais seis anos do seguinte
pra escrever esta metáfora
gasta, idiota e portuguesa.

Melhor seria tomar o todo pela parte?
Ou é impossível encontrar de novo
o endereço da arte?

2 comentários:

Aldemar Norek disse...

Este poema aí tem um ou dois anos, nem sei....mas tem a ver com o papo que rolou.
abração

Daniel F disse...

Oi Aldemar,


eu já tinha lido esse poema, acho bem legal.

Quanto ao meu poema, não sei se dá pra chamar de pornografia, não tenho nada contra, pelo contrário, mas acho que não é literatura pornográfica só por ser escatológico. Não sei.

Não quero muito justificar esse poema, até porque acho que é mais uma brincadeira, engraçada ou não, depende do gosto. Quando escrevi, eu estava lendo umas coisas sobre a questão da hierarquia do corpo: olhos para ver - sentido do conhecimento; ouvido-boca para falar - razão e política - enfim, os sentidos ditos nobres contra o tato e o olfato que seriam animalescos etc. Aí uma hora me veio essa brincadeira aí, que começou com peida pelo nariz, não me lembro porque.

De resto, acho que o palavrão não é o x do problema, o x é se o poema presta ou não.

Abraço!

Daniel.