Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
8/31/2009
8/29/2009
gaveta
Vae solis
8/25/2009
Oração a Oito-Olhos do Ventre Consolidado
Estrada bêbada entre o Itariri e o Sítio do Conde
Ó coqueiro onde ficaram os dentes
Do casal jogado com força pelo triciclo
Abafando as férias de janeiro.
Ó pinto de anjo, cara da marmanjo,
Engrenagem vazia feita por tubulações
Que são corpos de crianças, ó divina
Máquina de xérox.
Ó ti que quando escutas a palavra cultura vai logo sacando o seu re-
método, como remédio das cólicas bucólicas das ilhas da fantasia
Ó dentes presos na palavra
Globalização.
Ó invólucro sutil e crítico da escrita como álibi perfeito
Mastigador de tudo o que vomitas nas tubulações
Sob a forma de cloro pra que as famílias tenham hálito puro
Numa tese sobre o leite negro de Paul Celan e o preço abusivo
Das pousadas com piscina de água quente.
Ó conceitos misturados com método numa pedra de gelo
Numa dose de natu nobilis pras conversas sobre luto e melancolia
Nos hotéis que são o que resta dos colóquios
Sobre a guerra, as greves e a violência urbana e o conflito
Das notas de rodapé de barro vestidas como gerentes de bingo.
Ó cativador de calouros, promotor de trotes sob anestésico,
Que em tua larga mala carrega o saber como se fosse um bloco de concreto,
Vergado pelos sacrifícios de pasta dente e pelos exames
De fezes, Abençoa o meu currículo
E os meus furúnculos.
8/23/2009
escuto a conversa aheia
alheio a tudo e a todos no meio narcismo egoico esgoísta: triste e alegre ando com essa descoberta
contemplo o tempo
em minha angústias e minha rimas ruins
pq insisto em escrever?
expectador de mim mesmo
em busca de minha tragédia e comédia
rindo, bebendo e amando sem mim mesmo: fragmentado, desunido.
neste tear não há
na falta do que fazer: simplesmente escrevo, por escrever
para deixar a alma passar
na falta do que fazer: simplesmete bebo um chopp e mando um msg de celular.
em minha falta procuro preencher ou contemplar meus vazios
vazios de um relevo desconhecido, sempre (des)conhecido
Escravo pq minha alma pede (e perde algo).
Perco palavras, lanço palavras com e sem sentindos.
Lógicas ilógicas com e sem sentidos.
Do sentido de minha frágil sensibilidade.
o álcool não é suficiente.
o sexo não é suficiente.
a música não é sufiente.
insuficiencias do inacabamento terreno.
nos territórios dos versos pro(s)zados pro(s)zeio comigo mesmo
a espera
o verso me chama, clamai por nós os pecadores: agora e na hora
nessa escatologia versada: rezo e renasço.
essa chama já é e está
para que eu possa continuar descontinuamente minha pro(s)za (com z é mais bonito)
meu rio a esperar
a nova esperança
a esperar um novo amor
poetando e poetizando
a existência e o ser
nas vagas poéticas
8/20/2009
eu queria te dizer
eu queria te dizer
_______________
eu queria te dizer
assim
simples assim
como um poema do Bukovski
para que tu
não te fosses
e tu me verias
esticado
a boca aberta
num grito em pleno
mundo
o desespero só
como numa pintura
de Hieronymus Bosch
eu queria te dizer
mas eu
não sei dizer
mas mesmo
assim
eu queria
ou te demonstrar
em romaria
meu olhar meu olhar
o verde
platina
caído pelas bordas
eu queria te dizer
de alguma forma
como as bolhas
de sabão
e as de champanhe
são gêmeas
como o meu amor
teu nariz
e nossa temperatura
embaixo
nas noites de inverno
mas lembrei
que a única maneira
é te escrever
esse poema
para que nunca
te vás
mas eu vejo
a porta bater
teus cabelos
chanel alguma coisa
voarem
e então eu me sinto
mais só
do que eu já era
já era
e tu nem vais
ler esse poema.
8/18/2009
Rumor Piripkura
rejeitaram, ela é a pedra angular.
O vento é como se fosse invisível
E a árvore balança e dizer
Que o vento move o mamoeiro é singelo
Mas antinatural como se Brasília neste momento
Sob sua luz quase fria e quase branca
Não ouvisse o rumor de dois homens
Sozinhos em mata fechada, fugindo ao norte
Da fome, da morte, carregando um facho
Invisível antes os clarões abertos pelo, como se fosse, progresso.
E no entanto eles serão os últimos
E sua morte será como se a implosão
Distante de uma galáxia num silêncio
Mais profundo, repleto de rumores
Se calassem, levando consigo
Outras tantas centenas de vozes, como se imersas
Nas raras conversas entre os dois
Na solidão ameaçada
Pelas armas da civilização como se uma britadeira
Abrisse caminho e forçasse o tempo a andar mais rápido
No ritmo das rodas dentadas e das faíscas, das sirenes
Que encobrem o mínimo rumor produzido por dois homens
Que matarão com sua morte todas as gerações
Que lenta e pacientemente prepararam a arte
De não deixar o fogo morrer na floresta úmida e escura.
E será como se elas, todas as vozes
Misturadas como se a fala universal de uma criança
Fosse o idioma destes dois homens que carregam fachos
Na floresta escura, nunca
Tivessem existido, ao menos em Brasília
Mais preocupada com a proximidade
Miserável em seus bairros nobres
Das escolas públicas e a qualidade da grama
Que na seca se comporta como se fosse palha morta.
8/13/2009
Depois da Antropofagia, a Coprofagia
1. Rroche Selavy.
2. Como vimos na explicação, existem aqueles que comem cocô por puro tédio, ou para manter o local limpo e sem vestígios, para evitar broncas e punições. Alguns nem chegam a comer todo o cocô, brincam com eles e carregam pedacinhos na boca, que saem sob a forma de gases em canções axé-music, outros ainda usam o cocô na caneta-tinteiro e escrevem seus romances e crônicas com essa matéria-prima, e por fim temos aqueles que cospem a merda no ventilador. Tamufu é composto de ingredientes naturais que deixam as fezes com um sabor e odor nada atraentes. Ele é mais eficaz do que soluções caseiras como, por exemplo, colocar pimenta em cima das fezes, pois como ele é ingerido e processado você não vai precisar ficar vigiando cada ida ao banheiro para colocar a pimenta.
3. Wikipedia: Coprofagia (assim como a coprofilia, também conhecido como scat), copro em latim significa "fezes" e fagia "ingestão" sendo assim: prática de ingestão de fezes. Isto ocorre naturalmente em algumas espécies de animais, como cães, gatos, insetos e aves. Relata-se também tal prática em seres humanos, porém sob a categorização de patologia de ordem psíquica, ou desvio sexual (variação da coprofilia). Existe farto material de ordem hedonista a respeito do tema, principalmente proveniente do oriente. Ex. “José Serra falou merda sobre a gripe suína” em práticas de dominação sexual entre duas ou mais pessoas a pessoa dominante por vezes pode defecar sobre seu escravo, não só no corpo mas como também no rosto ou até dentro de sua boca obrigando-a até a ingerir suas fezes (da pessoa dominante), isto também é denominado "scatsex"[carece de fontes?]. Acredita-se que a coprofagia em cães ocorre por falta de alguma enzima no organismo[carece de fontes?]. Um caso de coprofagia que ganhou o interesse da imprensa especializada foi o escândalo da polonesa Cynthia Witthoft
4. Tamufu só funciona nas primeiras 24 horas em casos graves casos graves só depois de 48 horas cada dose de Tamufu corresponde a duas doses de Blue Label no Cruzeiro Hipocrático. Contra-indicações: diarréia em alto mar.
8/06/2009
Amerika. The Powerfull Alpha Male
8/02/2009
Dois pares, um
se convergindo, lado a lado ao
pé da cama - não sei ainda por qual
vereda, entre tantos caminhos, todos
sem sentido, estas solas nos levam
à deriva, mas unidos, enquanto
os anos, aos saltos, àquele tanto
ou tão pouco que nos coube devoram
vorazes. Alguma força os retém,
nenhum desejo de ir. Então ouço,
pela porta, a água lavar seu corpo
e me deito, querendo um tempo sem
tempo, e agora, como sempre, em mim
tudo vibra esperando você vir.