Vi os seus sapatos junto aos meus, como
se convergindo, lado a lado ao
pé da cama - não sei ainda por qual
vereda, entre tantos caminhos, todos
sem sentido, estas solas nos levam
à deriva, mas unidos, enquanto
os anos, aos saltos, àquele tanto
ou tão pouco que nos coube devoram
vorazes. Alguma força os retém,
nenhum desejo de ir. Então ouço,
pela porta, a água lavar seu corpo
e me deito, querendo um tempo sem
tempo, e agora, como sempre, em mim
tudo vibra esperando você vir.
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