2/11/2011

Escrito no éter da manhã

1. Caderno de poesia carbonizado no amanhecer em elevada altitude. Nunca vi a dança da minha bailarina predileta.

2. Calor frio da manhã laranja sobre a tinta azul. Alguém dorme na minha imaginação.

3. Não escovo os dentes. Saio pra rua, converso com o porteiro, o chefe, a secretária, o guarda. Gosto agridoce suor na boca que presta esclarecimentos: a profunda irrealidade de tudo.

4. Verde claro, verde escuro, verde pálido alternando-se na planície aos poucos encoberta por uma névoa fina e luminosa, verde azulado e cinza, claro – branco se adensando em novo cinza e azul. O céu é onde a planície evapora.

5. A luz estoura meus olhos – coisas entre espaço. O que alguém está desenhando neste momento.

6. Como uma lâmina corto o vapor, onde o sangue dela circula.

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