2/18/2011

Inferno de bolso na cidade barroca

Amanhece, por que o céu tende ao vermelho, o galo canta, por que o dia range como roldanas enferrujadas manejando tristes marionetes. Quem beijaria o peixe morto? Somos cruéis e sorrimos com o canto da boca enquanto o peixe agoniza numa gaiola. Nas estatísticas que brotam dos jornais jogados contra a cara violeta da madrugada, nada sobre pesca, nada sobre Oswald de Andrade, nada sobre a Caixa Econômica Federal. O demônio é a mentira sonhada por um animal triste. Os 12 apóstolos eram cães farejadores e serão nossos inimigos pelo resto da vida.
Brisa noturna, chão de pedras irregulares, varanda virada para a igreja, quantos batismos e uma constatação: somos carnívoros, amor.

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