1. A cidade desabitada
espectral – mas a cidade sem
fantasmas.
2. O asfalto molhado leve como um espelho. Faróis refletidos, estrelas: poucas.
3. Fogos de artifício e felicidade ensaiada. Mas não é disso que se trata.
4. Nas minhas veias não há sangue: suas lágrimas. Estamos envolvidos numa teia de silêncio: fora da cidade, por dentro: a cidade lá fora nos cobre como o véu de Maya. Você veste sua nudez com minha camisa: refúgio; quatro flautas encantando os cinco sentidos; luz suave nas 10 direções; canto-caminho entre as linhas baixas do desespero e a sacralização instantânea do corpo. Orgulho singelo de anjos perdidos no caos encoberto pelas tramas do calendário. Os movimentos do mundo e seus barulhos se tornam uma forma musical de silêncio.
5. Os anos se dividiram, o calendário grita que uma coisa nova se inicia. Nós não nos damos conta. Divisão de almas não se mensura.
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