6/24/2011

Só tem um jeito de responder às objeções de um rato:

Só tem um jeito de responder às objeções de um rato:

Falar a língua dos ratos.

Quando você se torna objeto

da curiosidade de um rato ele logo pensa que tem alguma coisa a ver
com sua vida – e tem – vampirismo é assunto de roedores. Você pensa meu idioma é outro mas veja como sua língua endurece seus dentes frontais se alongam e afiam seus olhos se tornam sonares sensíveis a

como não pode roer as próprias vísceras, todo rato se apaixona
por seus próprios excrementos. E como são lisas, quase esféricas as fezes de um rato – um rato odeia metáforas – cada coisa em seu lugar e tudo tem sua hora ¬– por isso um rato nunca vomita e como gosta de cagar regras consideradas autoevidentes por si mesmas
um rato é toda gente em geral e ninguém em particular (andam dizendo por aí, se diz à boca pequena – ah a boquinha pequena dos ratos por onde saem palavras pequenas e senti-
excrementos minúsculos – e quando um rato te olha com raiva pensando que assim vai causar medo em você – pelo menos incômodo – e causa – não há sentimento que um rato não manche com seus olhinhos-sonares e língua viscosa de tanto lamber merda – nunca deixe um rato lamber suas feridas mesmo que o rato seja você.
É com você mesmo que eu estou falando! Ah a língua cheia de parasitas dos ratos, a língua comum, a vigilância universal, os oito-olhos dos ratos, as regras e os códigos de conduta, os pressupostos e como tudo é preconcebido na vida do rato e como os ratos se apegam aos próprios excrementos e nada é por acaso na vida de um rato é assim que todo rato
faz cara de cu
& pensar que o rato é toda gente em geral e ninguém em particular, você com quem converso agora e eu quando respondo a você.

Um comentário:

Mar Becker disse...

Do caralho, "todo rato se apaixona
por seus próprios excrementos". Lendo aos poucos teus textos, muito bom, Daniel.