1.
Quando sonhamos choramos por dentro
Espasmos de alma
Ou de corpo, é incerto.
As lágrimas não são mais
Leves – apesar de acordarmos
Com o rosto enxuto e os olhos
Em poucos segundos livres
Das larvas que comiam as pálpebras
Por dentro e claros para um dia
Turvo.
2.
Quem leva essas larvas
Pra dentro de si
É outro – elas te perseguem
Sementes plantadas em tua carne
Por algum lavrador: incógnito,
Elas roem a alma com palavras
Inventadas pelo absoluto
Alheio: quem seria o autor
Se todas elas são você
Em seus sonhos, nem delas
Nem teus – não são de sua lavra
Essas larvas que carcomem
Os olhos
Por dentro.
2 comentários:
Dormir como ato de autodeglutição. Terrível; muito bom, Daniel.
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