As forças da natureza
Não seguem uma linha reta
São turbilhões encalacrados
Em manequins de shopping center.
Vou à praia dos orixás
Bebo uma Baikal como oferenda.
Depois no sopão 24 horas
Escuto a história do feto jogado na privada
Girando e girando, antes de descer pela descarga.
Ouvido cheio de ranhuras
Palavras
Pequenas são bloqueios
Crivados de patas de inseto
Que arranham migalhas de imaginação.
O horizonte é muito curto
Me sinto bombardeado por pequenas variações
De asfixia.
A vida não deve ser nada
Além de uma fome nauseante por frutas podres.
A janela está coberta de nervuras:
A luz avermelhada sobre a praça
E a velocidade de redemoinho implícito
Na futilidade do coração do tempo
São as coisas que me conduzem
À sublimação.
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