9/27/2012

Ainda resta explicar porque num ou noutro ano, nalguns meses, dias (por exemplo, entre setembro a outubro de 1973) o céu se converte num calabouço, escuridão de bronze e tantos girassóis impossíveis cultivados com sangue procuram por um sol que recua para além da dor, porque o tempo reflui contínuo em todas as direções mas de repente parece resolver se adensar, viscoso, nauseante e nós, que vivemos a luz vaporosa azul tão bela e banal, nós, os irreais, só de o olharmos nesse estado sentimos em calafrio que a realidade só sabe falar a língua do terror.

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