um escritor viaja de trem,
a letargia faz querer avançar.
sem chumbo nem a ironia do vinho.
Masé Lemos
não se pode avançar.
porque tudo
é recusa
da pedra
tempo, tempo, tempo
todos
ouviram a delicadeza
do lisianto
na brisa
abalada
calados,
feios e nus, não tivemos
fogo
quando o ventre
anoiteceu
e acordamos
ancorados
na dor da sombra.
pedra, pedra, pedra
origem da voz,
orgia de pássaros
grão e assobio
gelo e espanto.
não se pode avançar.
tempo, dor, pedra
4 comentários:
Masé, estive relendo seu livro, Redor, e quanto é sensível. Gosto muito.
Pausa.Um minuto de silêncio, o aplauso mudo de espanto frente ao desconcertante talento do poeta.Bravo!
Ginga, que bom ter você aqui!
Obrigado pela visita, volte sempre, será sempre bem-vinda!
Beijo
feliz com esse diálogo! bacana.
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