5/19/2007

nº 37




Instantes de maravilha que você captura, vertiginosas
lâminas de tempo em suas mãos, você não sabe o que fazer, seu dia
se perde no lixão que vaza dos calendários, cemitérios
de dejetos, ferros-velhos – contudo, a História
não acabou, nem a sua, se debatendo contra a pedra
(particular, intransferível) que obtura o peito
opresso sob a chuva fina e ácida do pensamento. Pensar,
exercício do caos, pensar com os olhos
tristes, enquanto na retina
se inaugura o caminho novo sob os mesmos
pés de ontem, de
anteontem. No limite
da fissura.


(das Notas Marginais)

2 comentários:

Daniel F disse...

Muito bonito isso,

Aldemar.

Aldemar Norek disse...

Daniel,
você sabe que não sou de efusividades e afins, mas esta observação vinda de você me alegra muito.
um grande abraço.
aldemar norek