1. Seja bem-vindo
                                   ao Triângulo do Sol.
                                   2. Todo homem de bem
                                   deve ter
                                   ao menos um
                                   revólver (proteger-se
                                   contra suas propriedades &
                                   avançar
                                   contra seu renome).                          
                                   no fim do corredor, daí
                                   vomite no mictório                                 
                                    (e se eles não sabem
                                   o que sentem?)
                                   se ninguém disser os nomes
                                   ainda assim o nariz
                                    distinguiria
                                   (no Hades), covarde.                
                                     4.  A vaga
                                   é do Marlon (ex
                                   oesqueleto, exponha-
                                   se ou tenha um ataque
                                   de nervos).
                                   Prometeu melhor:
                                   um ataque de neros.
                                   enigmas não passam
                                   de engenhosidades
                                   post-barrocas
                                   Gessy-lever
                                   ou se revolver em
                                   arcanos de horoscopia,                                 
                                    vida privada
                                   de sentido:
                                   a potência está contida
                                   na palavra Não.
5 comentários:
Daniel, gostei do poema. Tem umas coisas legais ("A vaga é do Marlon" é demais.../ o ataque de neros/o lance do mistério post barroco horoscopista/etc)...
Às vezes só acho um excesso certas referências como a Fourier, que limitam a recepção e podem intimidar o leitor. Mas posso estar errado e praticando um neo-populismo poético. Ou não.
abração
Pois é Aldemar, acho legal a gente pensar sobre a função dos nomes de pessoas citados num poema. é um caminho certo pra não ser compreendido: você já leu O Inferno em Wall Street?. Ou pior: considerado pedante, academicista. Pra mim, no caso do Fourier, o importante é que não coloquei aí pra impressionar ninguém. Mas sei que mesmo quem já ouviu falar, pode achar que está sobrando no poema. Porque o coitado do Fourier caiu no total esquecimento, enquanto merdas como Marx e Comte são badalados e causam estrago. O que me interessa é o libertador obscuro, o cara que ousou prometer a inocência total para o corpo etc. Acho que é isso: Fourier está aí porque é libertador e porque é obscuro. Porque se tenho esperanças, acho o otimismo uma babaquice.
Agora, Aldemar, o Marlon, este sim é um nome que intimida...rs E só uma observação: o nome fica melhor se prounciado Marlôn e não Márlon, é assim que é lá em Goiás.
Abraço!
Mas pq Goiás?
Sim, sobre a obscuridade. è que tenho o vício da pretensão num certo didatismo na poesia (ou a ânsia de ser compreendido, o que é pior ainda!), o que não tem nada a ver. E gosto muito de certos obscuros, como o Piva. Talvez, pensando agora, exista uma tensão entre esta "obscuridade" e uma certa limpidez no seu texto. Não sei se me fiz entender.
abração
salve daniel, postei em meu blog seu texto que foi publicado na revista lasanha, em que também escrevo. está com crédito e link pro língua epistolar. abraço
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