8/08/2008

Mais um da série Livros Insanos e Proféticos. Hoje, com vocês: A Terceira Guerra Mundial; por: General Sir John Hackett e outros generais

"Na sociedade mais viciada em televisão da Europa, o Reino Unido, o vídeo desempenhou um papel curiosamente discreto. Em 1985 ele havia se tornado, sob todos os aspectos, a principal fonte de informação e de entretenimento para o povo. Os vários sistemas de dados tele-impressos que à aquela altura se haviam tornado lugar-comum haviam-lhe emprestado a dimensão de um jornal diário, desenvolvimento esse que enfraqueceu ainda mais o impacto da imprensa escrita. Quando a guerra chegou, o público voltou-se para a televisão para obter notícias, orientação e informação, bem como a obtenção daquele MÌNIMO DE ENTRETENIMENTO do qual o espírito humano, por mais perto que esteja da CATÀSTROFE, tem necessidade. As primeiras, as organizações de televisão podiam fornecer copiosamente. Durante os primeiros dias de luta os vídeos foram entregues quase que inteiramente a programas noticiosos, entremeados com mensagens a respeito de assuntos como racionamento e evacuação. Havia também freqüentes discursos de líderes governamentais.

Nessa área, as televisões pisavam em terra firme, porém seu toque era muito menos seguro quando se tratava de entretenimento. Recaíram, a princípio, na música, tocada por trás de cartões com os títulos. Porém, a moderna música do ROCK parecia estranhamente deslocada. O entretenimento leve e a comédia escrachada soavam como notas falsas que, depois de um canal após outro ter usado como forma de alívio para a tristeza reinante, foram abruptamente abandonados. Uma estação regional britânica recebeu reação imediata e calorosamente entusiasta quando passou sem relutância para grandes quantidades de música francamente patriótica. Porém, há um limite para o número de vezes que até mesmo a BOSSA NOVA pode ser tocada num espaço de 24 horas. Uma solução logo encontrada foi a exploração de novelas sentimentais. Reapresentações de Rua do Coração e Encruzilhada foram excepcionalmente bem aceitas, talvez por relembrarem a normalidade que outrora existia e que, com sorte, voltaria a existir novamente. E os filmes de faroeste, aquele indestrutível bastião da televisão desde os seus primeiros dias, também foram bem aceitos na guerra, com sua receita de fantasia baseada na realidade e suas confortadoras mensagens de que, no fim, os bons e os justos sempre triunfam."

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