8/17/2008

Melancolia é a musa que come uma esfirra de carne (e tem o cerrado como paisagem)

A mensagem está gravada
No balcão de fórmica vermelha:



"Cale a boca como quem respira
O mistério

Mergulhado em seu silêncio
Se deixe levar
No maravilhoso território
Dos martelos e das rodas dentadas,
Das tosses e do rumor
Confuso dos pássaros etiquetados,
Do bater dos carimbos nos papéis que descansam
Como folhas mortas.

Não corra, não se atropele
Não faça como aqueles que despertam
As folhas em redemoinhos insanos
Espirais de ruídos, feridos desejos vivos
Tagarelice viscosa de
Pessoas mortas que falam,

Ausentes ou distantes como você –
Blasé de ponto de ônibus
Remoendo seu silêncio."

Um comentário:

Aldemar Norek disse...

bacana este modo de falar dos dois mundos, o da fórmica vermelha (o das coisas) e o outro, daqueles que desperta as folhas.

a fórmica vermelha parece a representação de um antioráculo, como aliás qualquer propaganda.

silencio.