Descendo mais um lance em espiral
da escada, traço rápido um grafite
com um sorriso do gato de Alice
- enigmático e superficial -
simulando um motivo metafísico
no que risquei, afastado da arte,
nessas paredes. Não: é só da carne
que falo, mesmo escondido num mínimo
enigma e agarrado ao corrimão
no mergulho áspero rumo ao centro
inatingível, sem provar qualquer
profundidade, luminosa ou não,
nas coisas - e a escada vai descendo
abrupta e sem volta como viver.
da escada, traço rápido um grafite
com um sorriso do gato de Alice
- enigmático e superficial -
simulando um motivo metafísico
no que risquei, afastado da arte,
nessas paredes. Não: é só da carne
que falo, mesmo escondido num mínimo
enigma e agarrado ao corrimão
no mergulho áspero rumo ao centro
inatingível, sem provar qualquer
profundidade, luminosa ou não,
nas coisas - e a escada vai descendo
abrupta e sem volta como viver.
2 comentários:
Oi Aldemar,
sobre a fórmica vermelha, também é uma música do Arrigo Barnabé, "era um balcão de bar de fórmica vermelha", não me lembro do nome, é sobre um cara bêbado chutado e humilhado pela namorada que mete o chifre nele com um cara violento e viciado em autorama.
sobre a escada: tinha uma nova biblioteca sendo construída na Unicamp, não sei se é assim sempre, mas primeiro os caras construíram a escada. Então ficou um négócio muito estranho, aquela escada no vazio, levando a lugar nenhum. E não tinha nada de místico, era concreto armado no meio dos entulhos que depois seriam trocados por livros.
Abraço,
Daniel
bacana, não conheço bem a música do Arrigo - talvez por ser do Rio e esta "vanguarda" paulista chegar aqui meio diluidamente. Mas a imagem da fórmica vermelha é forte.
A sensação de descer uma escada no vazio é bem ruim, não?
abração.
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