8/31/2008

prosa rala



Fui diluindo a idéia de seu corpo
no céu do meu tesão: assim fiz, tanto
que congelei, no lastro dos enganos,
o fogo que me ardia em dias mornos.
Não sei em que se funda o gesto humano
de amar alguém, porque estando absorto
neste exercício vago armei um curso
e arremessei a quilha já sem planos
até errar de labirinto - o amor
perdeu-se nos desvios da cidade,
vários desvarios, e a noite está de
acordo, ou parece estar, que a tor-
turante cilada que ronda a carne
insana de quem ama nunca é arte.

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