9/03/2008

Um poema só links (em esperanto)

Apresento aos senhores a mais nova realização do neo-inutilismo. Com pitadas de ultra-regionalismo, é bom que se diga.
Assumir a mais completa e definitiva inutilidade da cultura, dedicando-se a uma tarefa suficientemente estúpida: aprender esperanto, por exemplo. De preferência usando o dinheiro suado do contribuinte, que talvez preferisse mais policiamento, mais clubes, asfalto mais liso etc etc etc. Mas, por que não esperanto?
Isso ainda não é suficientemente inútil. Renegar os avisos dos inventores desta bela língua e escrever um poema em esperanto. O ideal seria apresentar ao Mais! Ou à revista Bravo, pra sair com aqueles comentários: “mais um livro sobre o desespero”, “uma história de amor fracassado”, “a angústia, o nada, a desistência, nem a morte como consolo, a dor cultivada, a estética da miséria humana, o fim das esperanças, o mais desgraçado dos livros etc etc etc”, com uma foto do autor na página ao lado (um rosto pensativo e triste pra caralho atrás de um pouco de fumaça, a melancolia profunda dos cachimbos e por aí vai).
Não vai rolar, então faça você mesmo.


Taí o poema:


Nulo nokto estis, sed Noktuo.


Dio!

Mi marsas, sed la Hundoj kuras.

Cu la infantoj amas?

Sercu la pomjn tuj!

Mi estas varmeta, li estas varma
Li estas tre varma, sed neniu estas varmega.

Kie diablo no povas, tien viniron le sovas.

De peko kaj mizero estas pleno la tera.

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