9/18/2008

nº 80

Interpretando em erro a chama do instante, o mesmo
instante que cai, passa, muda, rompe, incinera, avança, some, perde-se
e já não é mais e seu brilho
ainda na curva acende o olhar de quem fica largado
olhando feito um pacote entregue no endereço
errado a orla do presente e as ondas
de vida batendo, batendo, batendo, tombando contra a membrana do corpo,
tão frágil,onde cada poro, aberto ou não, quer
dizer ao mundo e não diz: sublimação feroz, passagem
de um estado a outro, do peso
ao que flutua, gás, fumaça, décadas hostis,
asfixia.

(das 'Notas Marginais')

Nenhum comentário: