Isso não vai durar-
foi uma (cena) roubada, eu sei.
“Você não vai chegar a nada, nada”, disse um anjo que caiu
e não se recobrou do estrago.
Retirando (o passado) do gancho: “isto não vai doer” diz
outro anjo entre sorrisos,
e o silêncio agora vicia (e incomoda) tanto
quanto aquele frio
na espinha do amor que nunca se rende.
O ocaso, esse não: ele apenas emerge das cinzas, um navio
aponta no horizonte ('menos se espera'), um espocar de auroras
entre um gozo e outro tatuado no reboco.
O amor gravura um claro-escuro nos intervalos rasos do que não vai ser dito.
(das "Notas Marginais")
2 comentários:
Muito bonito, Aldemar,mesmo.
Abraço!
Daniel.
Caramba, comentário em tempo real!
(este poema é de 2005, ou 2004, sei lá, com pequenas rasuras).
Não li ainda a fábula, desculpe, estou submerso em tarefas prosaicas esta semana, fora um certo descompasso adicional. Vou ler com cuidado no domingo. Mas comentei lá embaixo alguma coisa.
abração!!!
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