12/23/2008

Meus votos para 2009, ou Bira em 2009 totemize o Jô (refeito)

Totemizar o teu equivalente, o teu semelhante, é coisa cotidiana, tarefa constante para te assegurares da posse dos objetos-fetiche sem os quais perderias a crença na realidade. A realidade! Precisas dela como o filtro solar das ondas televisivas, como o endereço dos livros nas bibliotecas, como as estatuetas de couro, em forma de vibradores inspirados na semana de arte moderna, carregadas em glória por teus inimigos que te nomeiam de O Ressentido.
Não te esqueças que outros escreverão teu nome na história e não como a biografia de um aristocrata do século XVIII vestido à moda Cauby Peixoto e sua máscara de creme e sua peruca de concreto armado, mas sim como um ponto indefinível e excremencial nas curvas de natalidade e mortalidade, o querido anônimo das ruas. Pensa na voz do Cid Moreira falando sobre ti, “o anônimo das ruas”.
Eis que totemizar o próprio objeto-fetiche é ato de revolta, de re-animalização, de criatividade. Não há liberdade, libertação é o que há e se o objeto-fetiche então passou a usar barba para posar de escritor com cara de Ernesto Hemingway, se ele espalha aos quatro ventos que é anarquista quando quer te transformar em tema de riso e escárnio para a platéia com cara de Itaú cultural diplomada nas Facus do Brasil afora, se ele se repete como quem foi levado a sério por anos a fio e precisa se repetir como as focas treinadas na decepção dos templos neobarrocos, então Bira! É hora de totemizá-lo com um sonoro vá tomar no cu! A pátria agradece, Bira.
Não te esqueças que és a massa de modelar informe dos festivais coordenados por William Bonner (sim, ele também é Jô e disse que não passas de um Homer Simpson analfa de pai mãe e Beto sentado no sofá), não te esqueças que és a cadela Baleia chutada pelos Fabianos das vielas sentimentais e viscerais de Gotham City (sim, também és um cão e sarnento por sinal, ainda bem Bira, ainda bem!), não te esqueças que és o joão ninguém exemplar.
Bira, por ti, por mim, por todos nós, manda o Jô praquele lugar!

Um abraço,

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