4/07/2009

Sobre os chupchups, sacolés, lambelambes e laranginhas

Pensar sobre
Pensar simplesmente?

Pensar sobre o nada
Pesar sobre o nada e o silêncio

Viver o nada e o silêncio é outra coisa?
outra vida? ou outra história?

Vozes do silêncio
Linguagens do silêncio
do mal no bem
e do bem no mal
Para além do bem e do mal?

Em busca da moralidade
zoorastricamente perdida?

De quantas couves
e quantas flores
são feitas um homens: individuns endividados!

Estou em busca de uma nova religiosidade: entre um misticismo sem Deus e
um misticismo agnóstico: novas apostas, novas partidas
sem a casa partida?

Parto para viagens em busca de alçar vôo em meu navegar
vageado e, sobretudo, vagabundeando em meus eternos roubos

regiliogidade imaginária e imaginada: devaneios sobre o Real indizível
mas nem por isso invivido
na poesia do ser sendo, no cotidiano e no vôo dos tucanos
(o que busca um tucano em seu soberbo vôo no vale)

Vale tudo mesmo?

mística imaginada e desejada
fatástico lugar
onde o ateísmo seja uma crença
e as religiões uma descrença

em busca das verdades cindidas do real, fraturado e estriado
O Real tem celulite, deve ser que chove Coca-Cola

em busca do invísivel idisível da experiência do que aí pode não estar e estar
o viver e o morer tem prazes vivos e belos: recolocam mistérios e prazeres do Tempo
O tempo chora e ri?

Enfim, em busca do instante extraordinário.
Ou melhor, de cada instante extra-ordinário.
Extraordinário e oscilante, talvez até reconciliante?
Reconhecimento consciente e inconsciente da casa sem dono
Começarei minha navegação pelo porão: entre Aion e Chronos

São crónicas de um ser em busca da unidade dos indivíduos
Crônicas da morte vivida
Crônicas que anunciam a promessa do instante tateante
Há peixes que mergulham, há peixes das profundezas
e há peixes da superfície

Há ainda a baleia branca

Há homens que não se despertam
Há aqueles que saltam dos precipícios cotidianos, instantaneos
Outros buscam tesouros (ou esperam na esperança de encontrar)

De uma subjetividade de delírios profundos e superficiais
Para uma objetividade do semelhante em constante dívida e prece pecadora
Gostaria de matar a subjetividade capitalista e a cultura capitalistica: o que haverá depois disso?
Já existe? Já existiu? Ou está a nossa espera?

Mares, mortes e maremotos: a viagem prossegue agora em mares desconhecidos
Domesticando a mim mesmo em busca da pós-história, da pós-cultura
Gostaria de esperimentar por instantes o saber da liberdade interna e externa: contra as escravidões navego e sou navegado

A espera de uma nave espacial?
Enquanto espero surge a expectativa no horizonte de fulga de mergulhar
na liberdade do instante
mergulhar nas palavras ocas ainda a espera de sentidos
na beleza poética da existência da vida e das palavras

Na dúvida da dádiva do dom: me retiro

Um comentário:

Aldemar Norek disse...

O Real, em geral, é uma M....
Um dia escrevi:
Só os fatos são sagrados, por isso aspiro ao profano.

No entanto, tenho a segura impressão de que uma pessoa só se realiza quando encara o Real de frente, com todas as perdas que isso possa proporcionar, nem que seja a perda da lucidez ou do equilíbrio.

gstei de muitos trechos deste poema.
abração.