5/28/2009

Resenha de A Bolsa e a Vida de Le Goff, segundo a doutrina do Acaso Objetivo


Na parte inferior do cérebro, na região que a ciência denomina de estriado, reside o vício financeiro do jogador que se apaixona pelo risco. O estriado, ao provocar ondas de calor que sobem pelo intestino do seu proprietário, também indica a presença da buceta mais desejada de uma festa, razão pela qual o indivíduo que tem o estriado volumoso geralmente acaba se acasalando com jovens advogadas, não importa quão escrotas. O que este tipo de incauto não sabe é que do estriado sai um canal invisível que, descendo pelo cu, faz uma ligação direta com o mais profundo dos infernos. A jovem advogada com quem ele contraiu matrimônio, por ser ótima defensora das moedas que ele insiste em não devolver vomitando, terá que passar o resto dos dias definhando ao lado de seu túmulo, orando interminavelmente, prostituindo-se para os imensos fantasmas dos banqueiros culturais. O coitado somente então entenderá que aquela incômoda ardência em seu rabo não era fruto de prosaicas hemorróidas, mas sim um presságio de que ele teria que passar a eternidade sentado num chão abrasivo, sob uma sufocante chuva de fogo.
Hoje mesmo eu conheci uma dessas jovens e infelizes senhoras. Ao passar pelo lúgubre cemitério mais conhecido como Procon, uma voz me intimou a entrar num de seus mausoléus (o pertencente à família de mafiosos Nossocaixão). O lugar fedia a miojo misturado com guaraná Mineiro. A moça mais parecia uma velhaca decrépita enquanto me convidava para ser seu companheiro de refeição. “Ela deve estar querendo dividir com os pobres o dinheiro conquistado de modo sórdido por seu marido”, pensei. Porém, saí dali assustado quando a vi tirando o prato de dentro de uma daquelas gavetas onde se guardam defuntos. O prato estava cheio de sapos e serpentes, que pelo fedor deviam ter sido cozidos no enxofre.

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