2/06/2010

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um labirinto que a vida lhe propôs no instante mesmo em que você andava e via no horizonte um ponto aceso - não tem saída agora: de um lado a verdade; do outro, o esquecimento, a desrazão, o incêndio que rouba o sentido ao passado e aí você desconfia que as duas saídas são a mesma, refletida - a verdade lança seus urros de fera e pelos ecos você pode adivinhar a sua essência - não o sentido, porque este não existe - não há também surpresas e é quase como se sentar ou caminhar fossem o mesmo - seriam essas as obras de deus? forjar enigmas que nos lança convertidos em labirintos, como se uma coisa pudesse sempre desdobrar-se em outra, ser outra, parecer outra? talvez por isso você se vingue escrevendo nas paredes grafites mesmo que no labirinto a língua seja de cada um, só de cada um, e ninguém decifre o que pulsa embaixo dos traços – é aí que você berra pros céus mandarem mais paredes cinzas, mais paredes cinzas, mais paredes

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