4/11/2010

prosa completa

Se, como quem não quer
nada, sobre os lençóis (neste momento
os dedos se perderiam na maranha
reluzente e tão negra como o artifício
de um céu noturno um átimo
depois da explosão
dos fogos) fossem mencionadas ruínas
sob o azul, tão brancas
em sua opacidade
aflitiva sem dar
conta do sol
que as ilumina, e explodir (quando os mesmos
dedos se perceberem
úmidos e quentes) a lembrança
do púrpura e do carmim
que as revestia, o que se quer dizer é vertigem
do corpo, e isso quer dizer
labirinto, ou a cara do anjo que agora
fecha os olhos, e se uma palavra
como amor for mencionada
foi por apuro ou mera
distração – não se fala mais
nisso, e isto agora quer dizer clímax,
anticlímax, retorno das horas,
espera, segredo,
surdina.

3 comentários:

Aldemar Norek disse...

Daniel, desculpe pela looonga ausência.
Dias febris por aqui.

Abraço.
e que poemas, hein?
Vou ler agora de novo, com calma.

Daniel F disse...

Beleza.

Você quis escrever "maranha" mesmo? não sei o que é isso.

Aldemar Norek disse...

Maranha vem de emaranhado.....
Estou no maior furãcão de tempo aqui...
Por isso tenho postado tão pouco.
Mas pretendo me redimir...rs
Abraço!!!!!
Obrigado pelo comment, irmão.
saudade de vc e daqui.