1.
Cartas na mesa
De mão em mão em sentido
Anti-horário, ao contrário
No espelho.
2.
Tédio de astronauta
Flutuando em cápsula
Ao redor da terra.
3.
Relógio com navalhas
No lugar de ponteiros.
4.
Remorso de manhã
À noite:
Fotos de crianças no corredor do apartamento.
Atmosfera azulada
Em névoa televisiva.
Sobe e desce de talheres
Como se um pântano
Fosse o prato do dia.
(No banheiro, o espelho escuro
Reflete as fotografias)
4 comentários:
A aridez característica da tua escrita. Mas aqui mais baldia. Gosto muito da truculência de primeiro, é aterrorizador.
Angustiante te ler, Daniel. O sobe e desce de talheres é visível, pesado; não se come um pântano facilmente.
Incisões nas horas.
O silêncio em torno de cada cena não é aquele silêncio da fecundação; sei lá, me parece um FRIO INTENSO, uma desolação da terra toda...
Beijo,
Mar
Descobri o língua epistolar através de um comentário da Mar. Estou seguindo vocês! Abraços.
Me autorizam a linkar no Longitudes?
Oi Nydia,
claro que sim. esse é o teu blog? por coisas que já li no face, deve ser ótimo!
Abraço
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