Quando você é vulgar: apenas negocia convenções, não domina os segredos, qualquer um pode dizer que árvore é o nome de uma cidade, que cidade é o nome de uma arma, que arma é um sentimento, que sentimento é o nome de um faraó. A língua epistolar é a conversa vulgar no desentendimento, mesmo que este ocasione encontros repentinos e imprevistos. É quando uma criança autista diz pra você: se o mundo gira, porque você não fica tonto?
9/06/2012
LÁGRIMA para ALDEMAR
Hão
de ser tristes os teus
e os meus dias
quando os relâmpagos rasgam
o silêncio de tua
varanda
e passos de medo
preenchem o bosque.
A raça
declina uma vez mais
e arrefece junto
com a ceifa
de um podre trigo.
Nem águas nos salvaram
para refrescar
nossos pés
e nossas andanças
lavradas no negrume
Inventamos umas estórias
absurdas
para fazer
nossas filhas dormirem
elas tiveram a idade do sono
no berço
ou numa redoma
de vidro
onde inocentes
não desconfiaram
a desgraça do mundo.
hão de ser tristes
os meus
e os teus dias
malditos,
vamos andar
rumo
ao rubro dos outonos
e de um pequeno clarão
que se abre
toda vez
que se apunhala
a esperança.
hão de chorar
todos
na aspereza do mundo
(porvir transfigurado) -
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2 comentários:
Bellísimo tu blog... Este poema me fascinó! Un saludo. Ely.
Elizabeth, gracias, espero que podamos intercambiar puntos de vista y poemas, abrazos
Anderson
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