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(carta a amada que chega)
não, disse à amada
mentirosa, atavio
rio poluído
de esgares e sumos
não és tu
quem carrego
nos vasos de espinhos
nem chegaste
com uma rosa
nos cabelos negros
não ganhaste
minhas moedas
e poemas
meu charco inútil
disse não
não és a amada
que chega
com perfume
da estrada
e com o flanco rasgado
de punhais.
a amada,
saberei reconhecer
recolherá meus lençóis
sujos,
descobrindo meus pés
acariciando-os
beijando-os
a amada.
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