2/25/2007

nº 24




A mais valia do Amor, as esperanças
naufragadas, lábios que operam delícias e me levam
quase ao paraíso, o som úmido e escuro do desejo
triscando na loucura, a cara contra o chão, os delitos da alma.
O paraíso era dentro de mim, mas eu
o demoli
com golpes secos, duros, ritmados. Armei um plano
e perpetrei vilipêndios contra suas paredes brancas, minhas,
tão brancas, fiz bezerros de ouro, e agora posso me dizer que sei
quem nunca fui.

O esquecimento bem podia ser a Terra Prometida.


(das Notas Marginais)

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