2/05/2007

O Rei dos Mapas

O telefone preto
Pesadão
Que não traz pulsos como signos
Mas ogivas
Aparelho
Feito para soar o aviso
Final
No dia da bomba D, o mundo
Pelos ares
Passado repentino, pleno
Sumiço
De todo traço de memória:
Um punhado de sal
Cuspido pelo telefone preto
No dorso anfíbio da memória
Que não traz pulsos como signos
Mas ogivas,
Oração de pombas
Vomitando na varanda,
Detonaria a última senha.

Explosão que agora repousa
Na feira de antiquários
Próximo à taça de cristal

Azul

Dos anjos de bronze esverdeado
De granizo
E ao fundo
O deposto Rei dos Mapas
Em

vertigem


Leva e traz o mundo
Repartido em tubos
Na caixa de papelão.
De cada uma das linhas
No papel azul
Emana potência divina
Pulsa o rio
Que se reparte em
Rodovia
Que se reparte em posto policial que se
Reparte em cratera que
Se reparte
Em alma
Que morre quando se água
E desce
Lentamente
No ralo da geopolítica.

(Assim neste ritmo de
Valsa
O mundo se
Acaba a partir de hoje
No compasso em que
O Rei dos Mapas

Cheio

De si enrola a cartografia
Onde se escondia pontilhado
O Éden
No mapa que o velho vendeu por 36 reais).

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