6/03/2007

nº 38




Nós que nos amávamos tanto, estes que fomos, perdidos
que estamos, estávamos, e os caminhos
desta cidade toda maravilha e desespero, toda
encantamento e agonia, estamos
indo sem saber
se é necessário, ou pra onde. Este desejo se arvora
(se agarra, se finca) num canto da alma
que você não espera que exista, como qualquer
paraíso – os bônus de depois vivem
pelos territórios da hipótese e da dúvida neste momento em que
você só quer o Agora, o vórtice do Agora, ou o
seu desespero, seus ápices e grotões esburacando
as faces límpidas do tempo, todas as suas falhas
em consonância com o que você é,
tão imperfeito e, no entanto,
em paz.

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