6/11/2007

Sanguessua bolorenta

Me cansei de comer sangue.

Queimam-se
As pernas pesadas
Nas pedras ao molho pardo.

Delicadas tripas são
Mal arranjadas
Nesta habitação de morcegos, aqui
Sou neoqualquercoisa axiais,
Ortodoxiais, ortovocabalures
E o diabo me carreguei
No vento das definições.

Nos dias atuais mastigo bolor
Mais celulose e a química do corpo
Do sapo peçonhento
Cospe novas faixas
Oblíquas
Entre as três oficiais
Da avenida, por
Dentro dos olhos de quem mastiga
O indefinido.

O novo camarada, o Senhor Solstício
Embaralha sombra pra todos os lados
E a luz fria se lamenta contra
O viajante do meio-dia
Que pretendi desassombrar, o vencedor
Em nome de tudo, a lei
No coração, as estrelas
Nos olhos. A nostalgia das cachoeiras.

Hoje em dia
Mastigamos finas agulhas de cristal
Bebemos o reflexo do sol na areia
Que sempre corre mais rápido:

Conceitos são momentos coagulados.

Um comentário:

Anderson Dantas disse...

sinestésico ... belíssimo, Daniel.