Alegria existe - está de passagem num albergue por aí. Aos poucos seu sangue denso e escuro vira verde água-marinha. Os dias leves, como bolhas, saem palavras das bocas de duas lindas garotas de óculos laranjas e antenas, dois anjos ou dois aliens. E mesmo quando você encontra a moça russa e espera um daqueles extremos literários dostoievskianos e se depara apenas com uma neurótica muito assustada com o Rio, você sorri para os seus olhos azuis que sorriem de volta.
Dias de alegria num aquário, pela leveza, pela água que está a caminho de se rarefazer, tornar-se ar. A gravidade das coisas inexiste enquanto você sobe os degraus íngremes do casarão, ou enquanto você se deita em frente ao mar cor de verde caipirosca. Seu destino, impreciso, está conectado com o dos animais estranhos que vivem no fundo do mar. De fato, você se tornou um deles. Esta é a alegria do mergulho ao ar livre.
Um comentário:
Tudo a ver, Daniel.
Lendo aqui vi numa tela o papo daquele dia.
Abraço!
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