10/17/2010

concerto

ela me sorri como se nada, longos
cabelos, crina onde se encrespa
o meu desejo no delírio de morfina
das imagens da natureza
, ela parece
não sentir a vertigem de tudo,
ao fundo a gravura de um adolescente
com asas, partem de seu sexo raios
em todas as direções, não dos olhos
ou do peito, e ainda espreito,mudo,
alguém que tenha a alma sutil
no cubículo do mundo, na volúpia
dos ardis ela desabilita o sentido
que, perdido, espera no meio do salto
mortal ser salvo no último segundo
enquanto ela me sorri como se nada

3 comentários:

Daniel F disse...

esse clima aí de morfina e artenovismo tem um ar meio João do Rio, não é mesmo?

sobre os muros de udi, o que vou fazer é ir a uma gráfica e mandar fazer alguns exemplares, naquele esquema, pra mim e pra amigos. qdo tiver te mando um. ele tem mesmo um certo lado meio narrativo, ainda que não linear.

Aldemar Norek disse...

É, Daniel, a gente sempre acaba conversando com alguma coisa anterior...
O clima geral ficou este mesmo, mas sampleei dois versos do Pierrete que você mme mandou. Achei geniais as sacadas do Bandeira e totalmente contemporâneas. Se um dia publicar estes troços vou fazer a menção ao poema dele e ao fato de vc er me apresentado.


Opa, vou receber mais um livro!!!
Não vou conseguir pagar nunca estes debitos. Não na mesma moeda...
ahahahaha
Abraço!

Daniel F disse...

engraçado, não me lembrei do Bandeira. mas é isso mesmo, um clima artenovista de artificialismo, erotismo e entorpecimento. legal.