10/08/2006

Garganta












Eu sou um rasgo
- entre um trago e outro -
um canto profundo
feito silêncio,

vão,

que germina em vasos alheios.

Vasos grandes,
recheados de picas,


falocratas,

postas nas mesas-bocas
escuras e quentes
cheias de cartas marcadas,
vício maldito,
dos porões.

3 comentários:

Aldemar Norek disse...

Eliana,
esta coisa do vão, da poesia como habitante do vão, da alma como vão (e vã) me apaixona. O estar entre, num devir eterno. O estar nos porões.

Daniel F disse...

é a segunda vez que você me deixa sem palavras.

Anônimo disse...

Oi Eliana, boa noite! Parabéns, um bom poema. Obrigado pelo convite: vcs são nota 10... Um blog de qualidade... Eu nesse corre-corre fica meio difícil... Beijão e abraços sempre carinhosos para todos do josealoisebahiabhzmg...