2/26/2008

nº43

(fotografia de Giácomo Costa)




Fala como fala a água, fala
de dentro do corpo, do mais escuro que a sombra, paralelo
à vida, face
à face com o tempo, no limite, ali
onde nem a última fibra encosta
no outro, quando
o espanto que se assoma à alma deambula
e estabelece uma superação que não
se sabe para onde ou através de quê.
Como fala a água, como se fala quando se umedece
a palavra por um instante – mas depois
o vento sopra constante e tudo outra vez
seca.



(das "Notas Marginais")

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