4/29/2008

Conexões

Evidentemente

Tudo tem relação com tudo, a questão são os vários mecanismos da relação.
Isso sem contar a presença do Trio Los Angeles no segundo filme
Da série Superman.

Se não, vejamos:

“há um certo clima anticonstitucional no ar porque as bactérias gozam no calor e alguém tenta, em vão, traduzir um texto ilegível para o francês castiço das academias (‘eu entendo as palavras, isoladamente, mas o conjunto não tem sentido’). Mas este alguém é meu amigo e vou disposto a ajudar, mesmo com o peso no fígado e as ressacas que ficam cada vez piores, na sensação de ter comido todas as chumbadas que usei nas pescarias da infância”

relaciona-se com

“comenta-se no café Anauê a homenagem recebida pelo escritor. No banquete, os títulos de seus livros, sobre mulheres que na hora do banho esfregam a pele até sangrar, foram anexados ao cardápio. Anos antes, na prisão, entre incontáveis bitucas de cigarro e depois das doses de potassa oferecidas pra amortecer o corpo, ele tenta ler, sem sucesso, a história melodramática de uma criança. A criança mora com a mãe e fica horas observando o aquário com o peixe canibal. Tudo lento e triste, porque o despropósito do livro tem mais de oitocentas páginas”

que por sua vez remete a

“no convés do navio, o poeta segurando a Bíblia canta Somos todos prisioneiros. Do tempo, da carne, da mente que segura o mundo com mãos de ferro (as mãos do sentido). Talvez os prédios tombados pelo Patrimônio Histórico de Campinas entendam o que ele queira dizer com isso. Mas eu, péssimo entendedor, fico surpreso quando me dizem que o bairro onde Oito-Olhos se diverte multiplicando-se em matronas de óculos escuros foi, num passado longínquo, habitado por costureiras e operários”

relacionado a

“e no tédio infernal dos geladinhos de uva saímos à procura da cola de sapateiro, imprescindível. Mas o sujeito que teria sido meu cunhado numa outra vida nos ‘salva’. Vamos andar pelas dunas de jipe. Mas cuidado com o túmulo de Asclepíades, o velho morreu trepando e seu fantasma corre de pau duro pela praia”

tudo misturado com

“minha cara saindo de dentro da multidão é um espetáculo bizarro, um lance tipo assim zoológico”

4 comentários:

Eliana Pougy disse...

Resta saber o horário prescrito pelo mpedico para tal medicamento.

Aldemar Norek disse...

Isto tem a ver com a paranóia. Que tem a ver com a antiparanóia.

Gostei pacas.

Estas alusões aos integralistas.....por quê?

abração!

Daniel F disse...

Oi Eliana e Aldemar,

o lado bom e perigoso desses medicamentos é que eles não têm bula...

e quanto ao integralismo, é um Café metido a chique aqui de Campinas que se chama Anauê, e o dono do lugar jura de pé junto que não sabia o motivo do nome qdo escolheu.

Campinas é o décimo primeiro andar do inferno.

Abraços!!

Daniel.

Aldemar Norek disse...

Não sei por qual motivo, mas essa estória de 15º andar do inferno me lembrou um conto que li aos 15 anos (hummmmm.....) que relatava a entrada de um sujeito num hospital. A cada 'piora' dele, subiam o gajo um andar, mas sempre dizendo que era temporário, que ele logo desceria, que não se preocupasse, etc.
Bem, lá pelo décimo andar o conto acaba com a perda de consciência definitiva dele.
Pensando bem, emblemático, não?
Agora não sei se é do Pirandello, ou de quem.
Esqueci mesmo.
abração