11/14/2007

Psicografias e outros maculelês do espírito (1)

(algum parnasiano cretino passou por aqui e me ditou isto. Não consegui evitar, nem explicando que nos tempos ultramodernos, etc. Deve ter morrido tuberculoso, falando com as paredes sobre epos e mythos).

SÓ À ESPERA

O medo de amar, de um certo modo
(e todo meu), achei ter sido a minha
defesa inteligente contra o estorvo
de sentir. Não. Não percebi que eu ia
a um labirinto escuro, acorrentado
e até feliz, tendo a meu lado o dia,
achando que com teoria e estudo
não perderia o espírito. Não via
as úmidas paredes e pisava
um aparente céu: já movediça
era a areia em que hoje me engano
ao pretender sair. Quebrei as asas.
O minotauro vem. Quer sua carniça.
Agora sento aqui e espero o dano.

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