12/30/2006

Verão

Como uma dentada: carne e sangue triturados por mandíbula musculosa.

Nem um pio.

Quando o sinal abriu, as buzinas começaram a tocar e a tocar, cada vez mais fortes, até quase ensurdecer.

O verde luminoso em contraste com o azul dezenove horas.

7 comentários:

Haemocytometer Metzengerstein disse...

Excelente!! Me lembrou Siouxsie and the Banshees:
"Pulled to bits / in silence / left rotting on the ground".

Eliana Pougy disse...

Que bom! Fiquei feliz, agora. Escrevi depois que comentei sua poesia. Beijo, querido.

Aldemar Norek disse...

Oi, Eli.
legal a cena.
mas eu tiraria o "e" do "e nem um pio".
tirava o "quase" de antes do "ensurdecer".
e botava "azul dezenove horas", tirando o "das".
da forma como vejo, tem a ver com concisão.
beijo.

Haemocytometer Metzengerstein disse...

Concordo com as alterações propostas pelo aldemar. "Azul dezenove horas" inclusive soa como um tipo de azul, como "azul-cobalto".

Aldemar Norek disse...

é, foi esta a intenção no trato do azul.
e fica menos prosaico.
tvz eu cortasse tbm algo do "foi como uma dentada", para "foi uma dentada" ou "como uma dentada".
e tvz cortasse o "nada", pq reforça muito o "nem um pio".
e esta "cena" me passa muito a idéia de síntese, que devia ser aprofundada.
beijo.

Eliana Pougy disse...

Legal. Só deixei o quase porque eu acho bonitinho. Tô aprendendo, tô aprendendo. ;)

Aldemar Norek disse...

bacana, Eli
pra mim o poema agora ficou redondo.
beijo