11/24/2006

Zeitgeist






(música incidental: O Mundo é um Moinho , de Cartola)

O Espírito do Tempo eu nunca vi.
Devo estar cego ou ando desfocado,
se pra cavalo deste santo irado
não mostro vocação - nem pedigree.

Não sei se escrito ou psicografado,
disseram que ele anda por aí
disperso, esparso em tudo quanto li,
quando eu o procurava do meu lado.

E não me cabem passos nesta dança -
só a sensação de ter perdido o bonde
(ou visto as tais flores no ar, sem hastes).

Mas, ah, virando cabos e esperanças,
uma voz me sussurra não sei onde:
ainda é cedo, amor, mal começaste...

3 comentários:

Eliana Pougy disse...

O grande problema, meu amigo, é que o Espirito do Tempo está em você. E você nem percebe. Está naquilo que você chama de cotidiano, dia-a-dia. O que eu desejo pra todos nós, de coração, é que ainda seja cedo para a construção de novos Tempos. Mas, se a gente não parar para enxergar os sintomas do Espirito do Tempo em nós, se a gente tomar a vida e arte como algo natural, aí danou-se. Beijo.

Aldemar Norek disse...

e somos companheiros de viagem, Eliana.
com imenso prazer.

Haemocytometer Metzengerstein disse...

"Magoo"(Могу)em russo é a primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo "poder" ;)